25.01.2016

Especialista da MAPFRE dá dicas de como evitar a Zika

A preocupação com a prevenção ao zika vírus – transmitido pelo mosquito aedes aegypti, também vetor da dengue e do chikungunya – por mulheres gestantes é significativa. E não é à toa, já que a doença pode estar relacionada à incidência da microcefalia, uma má formação neurológica que inibe o desenvolvimento da cabeça e do cérebro das crianças. O último relatório divulgado pelo Ministério da Saúde, em janeiro deste ano, aponta que já são mais de 3.500 casos em todo o país. Claudio Tafla, diretor médico da MAPFRE Saúde, alerta sobre os principais cuidados na prevenção ao zika, que devem começar antes mesmo da gestação.

Para quem pretende ter filhos ainda este ano, o médico ressalta que a prevenção deve ser constante e começar o quanto antes. “A maioria das mulheres acaba descobrindo que será mãe quando já está com mais de dois meses de gravidez. E como o maior risco para doenças neurológicas e más-formações ocorre no primeiro trimestre da gestação, em termos de prevenção dificulta e expõe muito o bebê a riscos. O ideal, então, é que a prevenção comece com ações simples, que vão além da verificação da água parada, dentro de casa e nas redondezas, além do uso de telas de proteção, recomendados para todas as pessoas”, afirma.

Segundo o especialista, uma ação eficiente e prática para a prevenção, especialmente durante o verão, é o uso de protetores solares que contenham a substância DEET (dietiltoluamida), uma solução que compõe os repelentes e age de forma eficaz contra os mosquitos. “A combinação filtro solar e repelente para insetos é interessante e uma ótima prática, até para nos proteger das duas agressões: picadas e exposição ao sol, de forma bem eficaz. Essas loções são adequadas para uso ao ar livre e podem auxiliar na prevenção às picadas, mantendo os mosquitos afastados. Vale o reforço de que a prática é auxiliar na prevenção, e não deve ser utilizada como único meio”, afirma.

Outro cuidado é com relação a ingestão do complexo B, que, consumido em excesso, pode ser prejudicial à saúde. “É um mito e até um erro ao mesmo tempo acreditar que tomar bastantes vitaminas do complexo B – ou especificamente a vitamina B 12 –, que é um medicamento para evitar que o mosquito se aproxime. Além de ser eliminada pela sudorese natural do corpo, especialmente em temperaturas mais quentes, a ingestão em excesso desta vitamina pode trazer efeitos colaterais diversos, como aumento descontrolado do apetite até uma intoxicação medicamentosa. No caso de gestantes, o bebê correria menos riscos, mas a mãe estaria muito exposta. Durante a gestação, é bom evitar qualquer tipo de automedicação, incluindo vitaminas que não foram prescritas pelo médico que acompanha a paciente”, reforça.

Combate ao mosquito é dever de toda a comunidade
Como ação complementar à prevenção, a proliferação do mosquito pode ser evitada quando o trabalho é feito por toda a comunidade. “O aedes aegypti é um mosquito preguiçoso e com vida curta – cerca de trinta dias, em média, com tempo de vida relativamente maior para as fêmeas, vetores da doença. Dificilmente ele alcança apartamentos localizados a partir do décimo andar ou em casas que fiquem a mais de dois quilômetros de distância do criadouro. Caso seja encontrado um foco de criação do mosquito, é porque ele realmente está perto. Nestes casos, a força-tarefa na procura pelos focos é vital. É bom ficar de olho em casas abandonadas, prédios que tenham piscinas fora de uso por muito tempo e, claro, sempre procurar, no próprio lar, por possíveis fontes de desenvolvimento das larvas”.

“Uma forma promissora de cuidado e prevenção tem sido a utilização de mosquitos machos geneticamente modificados para fecundar fêmeas; eles causam infertilidade na fêmea ou a morte dos ovos”, finaliza.

Para Almir Fernandes, presidente da MAPFRE Assistance, algumas regiões e destinos de viagem também precisam de cuidado especial. “O Brasil passa por um momento em que a atitude individual é importantíssima para o coletivo. Como a proliferação dos mosquitos agentes é muito rápida, só as ações preventivas periódicas poderão controlar e exterminar a disseminação”, comenta.

O especialista também dá dicas para quem vai viajar, tanto na escolha do destino, quanto em prevenções para proteger a casa vazia:

· Verifique se a região de destino é uma das mais afetadas pelo mosquito.

· No verão, prefira filtros solares que tenham a substância DEET, também presente em repelentes. Fique atento ao prazo de reaplicação que varia de acordo com a fórmula do produto, por isso é importante ler com atenção a embalagem.

· Antes de sair de casa, verifique se sua caixa d’água está devidamente fechada, bem como os latões de água de reuso.

· Guarde garrafas vazias de cabeça para baixo para evitar o acúmulo de água parada;

· Mantenha desobstruídos e limpos ralos, canos, calhas e toldos.

· Se possível, coloque telas protetoras em todas as janelas da casa ou do apartamento.

Fonte: CQCS – CENTRO DE QUALIFICAÇÃO CORRETORES DE SEGUROS